FONTE: Portal Buildin

A transformação da indústria da construção passa, inevitavelmente, pela industrialização. Logo, é preciso incorporar novas tecnologias na construção civil. A boa notícia é que indústria e institutos de pesquisa vêm trabalhando para apoiar o setor nessa empreitada. Mais que isso, há investidores dispostos a financiar essa revolução!

Assim, o foco é desenvolver novos materiais e soluções que agreguem produtividade e sustentabilidade. A seguir, você vai conferir uma seleção com oito novas tecnologias na construção civil que colaboram para elevar a eficiência de obras e projetos de construção. Confira abaixo:

Concreto auto regenerante: Um concreto capaz de se regenerar parece ficção científica, mas é realidade. Pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, desenvolveram um material com essa característica chamado de bioconcreto.Ele tem, em sua composição, uma bactéria (bacillus pseudofirmus). Esta, quando incorporada à massa do concreto, produz carbonato de cálcio.

Ou seja, é capaz de selar fissuras.As bactérias agem quando em contato com água e oxigênio. Ou seja, quando uma fissura começa a se formar. Em poucas semanas se multiplicam, produzindo o carbonato de cálcio que fecha as fissuras. O bioconcreto está em fase de testes. Na Holanda uma construção foi erguida com o material para ser monitorada por dois anos.

Elevador multidirecional sem cabos: A ThyssenKrupp aposta que a tecnologia pode tornar a movimentação multidirecional de elevadores possível. A ideia é que o equipamento não utilize cabos, mas se mova por levitação magnética. Esse novo meio de operação de elevadores reduziria o tempo de locomoção em edifícios de grande porte em até 50%. Outra vantagem é a ausência de cabos. Com isso, o vão utilizado para as cabines do elevador pode ser reduzido. Logo, melhorando o aproveitamento de espaço das edificações em até 25%.

Nanotecnologia aplicada: A nanotecnologia tem promovido transformações intensas em várias indústrias. Sobretudo por viabilizar a produção de materiais mais resistentes e eficientes. Na construção civil não é diferente. Vou citar para você apenas dois exemplos para ilustrar:

  • Nanotubos de carbono introduzidos na produção de cimentos e concretos: podem desempenhar papel parecido com o dos cabos de aço. Ou seja, atuando como elemento de protensão do concreto em escala nanoscópica;
  • Revestimentos: a nanotecnologia permitiu criar vidros autolimpantes. Ou seja, que se aproveitam dos raios ultravioleta e da água da chuva para manter a superfície limpa.

Contrapiso autonivelante: O contrapiso autonivelante é um material indicado para ambientes internos com trânsito baixo ou moderado. Dentre as novas tecnologias na construção civil, é feito com aditivos especiais. Estes aumentam a fluidez do material. Logo, aplicado sobre uma superfície, se espalha naturalmente, o que diminui o tempo de construção. Assim, tanto a aplicação, quanto a cura tendem a ser mais rápidas. Além disso, a espessura do contrapiso autonivelante tende a ser menor do que a do contrapiso convencional.

O contrapiso autonivelante é utilizado, principalmente, quando o cronograma da obra é apertado. Assim, a solução foi usada, por exemplo, nos pavimentos do edifício-garagem do Aeroporto de Cumbica. Além disso, foi usado como nivelamento de arquibancadas no estádio do Maracanã. Há trabalhos acadêmicos sobre contrapiso autonivelante que certamente te ajudarão a aplicar essa tecnologia.

Drones: Os drones estão entre as novas tecnologias na construção civil mais relevantes. Isso porque têm custo acessível e são capazes de chegar a regiões de difícil acesso. Logo, esses veículos aéreos não tripulados já são aproveitados por construtoras brasileiras. Entre as principais utilidades desses dispositivos voadores destacam-se:

  • Captura de imagens para observar o andamento da construção;
  • Inspeção. Equipado com sensores termais, o drone pode identificar alteração na temperatura em pontos de uma estrutura. No Brasil, a construtora Tecnisa já usa essa tecnologia para identificar com antecipação sinais de desplacamento de revestimentos cerâmicos.

Impressão 3D: Produzir um edifício inteiramente a partir de impressoras 3D pode parecer algo futurista demais. No entanto, já existem empresas trabalhando na aplicação da impressão 3D na construção civil. A Apis Cor, a Fast Brick e a brasileira Inovatec House 3D são alguns exemplos.

Mas por que não pensar nessa tecnologia para produzir partes de uma construção para prototipagem ou mesmo para solucionar problemas? Nos Estados Unidos isso já acontece. O engenheiro mecânico Robert Flitsch da Universidade de Harvard desenvolveu uma impressora 3D robótica. A função desse aparelho é preencher e restaurar fissuras de rodovias.

Tinta que gera energia limpa: Nos dias atuais, quando falamos em capturar a energia solar, logo pensamos em painéis solares fotovoltaicos. Mas imagine se o serviço realizado por essas placas pudesse ser feito pelas tintas? Um grupo de estudos do Royal Melbourne Institute of Technology, na Austrália, desenvolveu uma tinta capaz de gerar energia limpa. O material combina óxido de titânio (existente já em tintas comuns) com um novo composto, o sulfeto de molibdénio sintético.

Nos Estados Unidos, pesquisadores vêm trabalhando em um produto semelhante nos laboratórios da Universidade de Notre Dame. Mas nesse caso, a tinta especial consegue captar luz solar. Daí, a transformam em energia graças a nanopartículas de dióxido de titânio com sulfureto ou seleneto de cádmio.O mundo está cada vez mais interessado em fontes de energia renováveis. Logo, essas novas tecnologias na construção civil têm tudo para ser rapidamente absorvidas pelo mercado.

Sensores vestíveis: Garantir a segurança dos operários é fundamental às empresas de engenharia. E é também uma das frentes de adoção de novas tecnologias na construção civil. Assim, a tecnologia vestível, especialmente no âmbito da Internet das Coisas, pode ajudar e muito nesse sentido. Sabe como? Com o desenvolvimento de sensores vestíveis, já bastante usados nos Estados Unidos.

Estamos falando sobre sensores que podem ser acoplados a uniformes, capacetes e relógios de pulso. Assim, permitem indicar fadiga ao, por exemplo, monitorar a temperatura corporal. Os sensores podem emitir sinal de alerta em caso de riscos ou impacto e são equipados com GPS. Logo, são capazes de fornecer a localização exata do trabalhador. A expectativa é a de que as tecnologias vestíveis façam parte do canteiro de obras do futuro. Assim, equipamentos, materiais e pessoas estarão sincronizados entre si.